Depois de muito tempo, voltei aqui pra falar de um tema bem diferente mas que anda muito presente: o skate. Sou mãe do Otto Rocha, um menino que hoje tem 8 anos e que encontrou no skate mais do que um esporte, um estilo de vida que tem transformado a vida da nossa família.
Desde pequeno o esporte sempre esteve presente na vida dele. Sempre foi muito agitado (uns dizem cheio de vida, outros hiperativo) então a atividade física era quase que uma terapia para ele gastar energia e melhorar a concentração. Natação, futebol, judô, corrida… até que um dia ele conheceu o skate.
Com 4 anos começou a andar de skate com o pai no parque do Ibirapuera e foram descobrindo o mundo do skateboard em São Paulo. O skate além de trazer inúmeras habilidades físicas e emocionais, trouxe um vínculo e uma amizade que hoje transcende as pistas.
A pandemia acabou até estimulando ainda mais, já que as crianças que precisavam de uma válvula de escape encontraram no skate uma forma de brincar, sair das telas e se exercitar.
Hoje estamos formando o SK8 TamoJunto, coletivo de crianças e famílias que andam de skate e que se tornou nossa segunda família! É uma família sem laços de sangue mas que virou uma grande rede de apoio em um momento onde não pudemos contar com nossos parentes ou com a própria escola.
Poder conhecer tanta gente legal, visitar lugares que nunca imaginamos e ver ele vivenciar essa experiência tão novo, é incrível. E é lindo ver essas crianças fazendo o que amam, aprendendo e sonhando juntas. Isso é para nos lembrar que crianças podem sim identificar muito cedo seus talentos, potenciais e habilidades.
E nós como pais precisamos ficar atentos para ser um vetor de incentivo nessa descoberta, pois não existe autoestima que não seja baseada em talento real.
A Rayssa Leal, a skatista de apenas 13 anos, foi a pessoa mais jovem a ganhar medalha olímpica na história do Brasil. Isso foi um marco para o skate e para o país. Com leveza de criança e muito brilho, ela conquistou uma medalha em meio a tantas outras atletas bem mais experientes que ela. E o skate que sempre foi uma atividade contracultura cai no gosto do povo e das marcas.
Mas a maior lição que a Fadinha me trouxe foi a coragem. A palavra coragem vem do latim coraticum, que significa a bravura que vem do coração. E quando a gente faz com o coração, a gente vai lá e faz, com medo mesmo, porque encontramos um sentido, um propósito maior.
Sempre me perguntam se eu não morro de medo de ver o Otto dropando rampas enormes… Eu tenho sim. Mas eu confio nele. Sei que se ele vai é porque ele também tem fé em si mesmo e sabe que vai conseguir. E a autoconfiança também é um grande ensinamento que o skate traz.
Que nós, mães ou pais, tenhamos sempre coragem de acreditar e apoiar nossos filhos, não importa se é algo diferente, ou algo que você nunca faria. De vez em quando, temos que fazer algo que nos assuste, nos tire da zona de conforto e das nossas caixas.
Incentive seu filho(a) nessa descoberta. Ajude a explorar coisas novas para ele descobrir o que gosta e o que não gosta. Isso já vai facilitar muito a jornada dele. Muito mais que um curso de robótica ou falar três línguas porque alguém diz que é importante. E aqui não estou falando de resultado, ou de medalhas, mas algo ainda maior e mais importante que é descobrir aquilo que a gente ama fazer.
E trazendo aqui toda essa abordagem do skate não dá pra gente não pensar no empreendedorismo né? Procurando o significado de empreender olha o que eu achei: Conseguir ou tentar fazer (algo muito difícil); tentar: empreender um trabalho excessivamente perigoso.
Ou seja, a coragem é uma habilidade que todo empreendedor e empreendedora precisa ter, e daqui pra frente, em um mundo tão volátil e incerto, talvez seja uma das mais importantes para todo mundo, não importa a idade. Então obrigado Skateboard por nos ensinar a praticar a coragem, a aprender a cair, levantar e tentar até conseguir!
Que bom que você teve a coragem de escrever de novo e de lembrar a gente de sermos bravos pra seguir o coração! Vai lá e faz!
Que bom que você teve a coragem de escrever de novo e de lembrar a gente de sermos bravos pra seguir o coração! Vai lá e faz!