Esses dias eu estava voltando a pé da academia. No caminho tem uma subidona gigantesca, daquelas que a calçada tem que ter uma série de degraus para acompanhar a inclinação da rua. Em um desses degraus, estavam sentados um menininho, de uns 8 anos, e uma mulher que, pela semelhança, entendi ser sua mãe. O menino estava de uniforme escolar, com a mochila nas costas e uma lancheirinha na mão. Eles aguardavam o transporte escolar enquanto conversavam sobre algo que não consegui captar, pois levei cerca de 2 a 3 segundos para passar por eles, mas parecia ser algo que os agradava, pois eles estavam com o semblante tranquilo, sem preocupações.

Após passar por eles, veio em minha mente a imagem de quando eu era uma garotinha de 8 anos e também esperava o transporte, vulgo “tio do ônibus”, após o almoço. Caramba, que delícia que era a minha vida! Eu acordava na hora dos desenhos, me arrumava para a escola, almoçava e esperava o tio do ônibus. Estudava até às 17h30, voltava para casa, tomava banho, fazia a lição, brincava e dormia.

Lembro que, todo domingo à tarde, íamos na casa da minha avó, onde encontrava os tios e primos.  Tirando meu irmão, eu era a caçula da família, lembro que chamava meus primos de “tio” também, pois eles eram bem maiores.

Cara, se tinha uma coisa que me irritava era quando eles e outras pessoas mais velhas falavam: “aproveite essa fase, o tempo passa muito rápido! ”. Para mim, o tempo nem passava! Eu sempre fui muito estudiosa, mas, mesmo assim, as semanas pareciam intermináveis por causa da escola. Eu queria mesmo era que o tempo passasse rápido para eu brincar no fim de semana!

Quando eu fiz 11 anos, meu desejo para que o tempo passasse rápido aumentou ainda mais! Na porta da escola começaram a entregar panfletos de uma baladinha que tinha matinê e, para entrar, era preciso ter 13 anos. Ai meu Deus, como eu queria ter 13 anos! Não preciso falar nada sobre o desejo de ter 18 para tirar carta, né?

O tempo foi passando, eu me formei em uma faculdade no interior, voltei para SP e comecei a trabalhar. A partir desse dia o tempo fez um Zuuuuuuuum!!!

Caraca, eu não sei o que aconteceu, mas, de repente, passaram-se 9 anos e eu me vi comemorando os 30 anos!

Quando eu passei pelo menininho esperando o transporte escolar, tudo o que eu mais queria era poder encontrar a Adriana de 8 aninhos e dizer a ela: “Eles têm razão! Aproveite todas as fases, o tempo passa muito rápido!”.

Sou muito grata por ter tido essa percepção ainda aos 30 anos, pois, se Deus quiser, ainda terei muitos momentos e fases pela frente!

Esse aprendizado também me refletir sobre as pequenas coisas da vida, os momentos simples, mas únicos. Passei a dar valor até aos momentos ruins. Há quem diga que tudo na vida tem o lado bom… Na boa, tem uns momentos que nos desafiam a encontrar esse diacho desse lado! Mas está tudo bem! Mesmo que eu não consiga encontrá-lo, eu sei que será por causa desse momento que as vivências felizes terão mais valor!

Já que eu não posso voltar no tempo para dar esse recado a mim mesma, eu resolvi escrever esse texto a você!

Eu não sei qual o momento atual da sua vida, pode ser que esteja sendo desafiador (para não dizer difícil pra caramba!), mesmo assim, aproveite o momento, pois o tempo passa rápido demais e, por mais que hoje não faça sentido, pode ser que um dia esta fase seja apenas uma lembrança de um tempo bom!

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